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Bruno Covas

Os mistérios da morte são insondáveis. A grande pergunta é o que tem depois dela… Será que tem, será que não tem vida depois da morte? Será que somos o que somos e depois o pó retorna ao pó e tudo se acaba? Será que estamos de passagem? Somos semente? Adubo? Começo? Fim?

Se o tempo não existe, somos eternos. Mas, se somos eternos, como nascemos e morremos? Ninguém tem as respostas. E existem outras perguntas mais simples que também não têm respostas, não por não serem formuladas, mas porque também não temos as respostas.

A primeira é: por que os quase quinhentos mil mortos pela pandemia foram os escolhidos pelo vírus e não outros? Nem todos colocaram a vida em risco nas roletas russas das festas e das aglomerações. Por que eles morreram? Por que morre gente boa e gente ruim segue firme e forte, fazendo o mal e disseminando a dor na toada da vida?

Bruno Covas morreu quando sua morte não deveria acontecer. Morreu moço, morreu brilhando, morreu com uma carreira política pela frente, morreu quando poderia auxiliar o Brasil a ser um país melhor.

Tive o privilégio de interagir com ele no ano passado, durante a pandemia. O Prefeito e seu Secretário da Saúde, Edson Aparecido, desde o primeiro momento do coronavírus, foram excepcionais e fizeram mais do que se esperava deles para auxiliar a população de São Paulo neste momento dramático que ainda estamos vivendo.

Como Provedor da Santa Casa de São Paulo, tive a alegria de ver a Prefeitura contratar mais 20 leitos de UTI no Hospital Santa Isabel, abrir 30 leitos de UTI no Hospital São Luiz Gonzaga e 40 leitos de enfermaria no Hospital D. Pedro II.

À frente da Prefeitura estava Bruno Covas, incansável, mesmo doente. Fará falta para a família, para São Paulo e para o Brasil.

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.