Solidariedade
Tudo no mundo tem mais de um lado. A pandemia não é exceção. Se tem muita coisa ruim, tem também o lado bom, recém descoberto pelo Brasil. O lado da solidariedade. O lado que tira os olhos do próprio umbigo e faz ver mais longe, o bom e o feio da vida, e que é preciso fazer alguma coisa, além de ficar falando, reclamar, achar que está tudo ruim.
Cada vez que olhamos o mundo, descobrimos que tem sempre alguém pior do que nós e isso exige ação, que façamos alguma coisa para mudar o quadro, para melhorar a vida de quem não tem nada ou, menos ainda, menos do que nada.
A pandemia empobreceu o país. O Brasil está mais pobre e isso se reflete na quantidade de pessoas que estão morando nas ruas e nos números apavorantes da fome que bate à porta de seis em cada dez famílias brasileiras.
Essa situação insustentável e vergonhosa mobilizou a sociedade. Cada vez mais pessoas e empresas fazem algo para minorar o quadro dramático de nossos irmãos nas ruas, das crianças com fome, de milhares de pessoas sem qualquer auxílio, porque o Estado é ausente e, na visão de grande parte dos nossos políticos, o povo que se dane.
O povo não tem que se danar, o povo tem direito a saúde, educação, moradia e segurança. Cabe ao Estado fornecer, mas como o Estado não faz, resta a sociedade ocupar o espaço e dar o que pode para diminuir a dor, o frio e o sofrimento de quem perdeu tudo ou até mais do que tudo.
Esse é o lado bom da pandemia. Alguém poderia dizer que, para ser assim, seria melhor não ter a pandemia. Concordo, mas ela está aí e é diabólica e cruel. Então, é hora de agir.
Vamos fazer a nossa parte e ajudar quem precisa a se reerguer, a matar a fome, a ter um teto, saúde e mais amor.
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