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500 mil mortos e contando

É trágico. É triste. É vergonhoso. O Brasil ultrapassou a marca de quinhentos mil mortos por covid19 e o número continua subindo. O mais grave é que não há nenhuma previsão de quando vai parar. Com certeza, não será este ano. Tem quem diga que será no ano que vem. Pode ser. Quem viver verá.

O mais estúpido é que tem quem pretenda minimizar a marca chamando a atenção para os que sararam. É no mínimo patético, porque mostra que, desde o começo, o país não teve nenhuma ação coordenada para tentar conter a pandemia. O alto de número de pessoas curadas, aliás, sem auxílio do Governo Federal, que ofereceu remédio para malária para combater o coronavírus, é consequência da própria doença, que tem taxa de mortalidade ao redor de 3%.

Ou seja, guardadas as proporções, o que o Governo Federal fez, distribuindo cloroquina, foi como que dar aspirina para combater câncer. E não teve efeito, porque não foi feito para ter efeito. A função do medicamento é combater outra doença.

O apavorante é que continuam falando para não usar máscara, não fazer isolamento social, não deixar de ir em festas e a dar o mau exemplo, confraternizando com a torcida, da porta do Palácio até as praças e portões dos quartéis.

500 mil pessoas morreram ao longo de um ano e meio de pandemia. Para dar uma noção da enormidade do número, na Revolução de 1932 morreram mil, em Canudos, perto de cinco mil pessoas.
Mas fomos além. 500 mil mortos é 100 mil mortos a mais que o total das mortes de soldados norte-americanos na Segunda Guerra Mundial.

É um absurdo e uma vergonha. E não há pedido de desculpas para amenizar a dor dos milhões de brasileiros que perderam pessoas queridas.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.