O problema vai além da gente

Para quem acha que as mudanças climáticas são um problema causado pelo Brasil, em função das queimadas na Amazônia, gostaria de lembrar que durante anos fomos os paladinos do assunto, os mocinhos que galopavam solitários pelas campinas do mundo, dando exemplo e gritando ao vento que precisava acontecer alguma coisa que mudasse a cabeça das pessoas nos países ricos, porque do jeito que estava iria acabar mal.

Agora viramos os bandidos, os responsáveis pela destruição da camada de ozônio. Mas o mundo segue no seu ritmo e as coisas acontecem porque acontecem, onde tem que acontecer, e o resultado pode ser dramático, como estamos vendo todos os dias na televisão e na internet.

Ver a Alemanha com cidades destruídas, carros empilhados, árvores arrancadas e mais de 150 mortos não é coisa que aconteça todos os dias. A cena está mais para país de terceiro mundo, devastado por tsunamis, vendavais, tempestades e o mais que atinge os países pobres e desencadeia ações internacionais para minimizar os problemas e tranquilizar as consciências.

As mudanças climáticas estão aí e, conversando com um amigo que entende do assunto, se parássemos de emitir todos os gases imediatamente, levaria muito tempo para o estrago ser absorvido pelo planeta.

Pelo jeito, o mundo está acordando, mas precisa muito mais do que atravessar o Atlântico no veleiro do príncipe para mudar as ações das pessoas. Até porque precisa ver como o veleiro foi construído antes de dizer que a matriz é limpa e a viagem, um novo paradigma.

Estamos todos na mesma casca de noz rodando no espaço. Ricos e pobres. Ou levamos o tema a sério ou o que está acontecendo na Alemanha será apenas mais um capítulo recorrente numa guerra perdida.

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