Eu te amo como a lua
Eu te amo como a lua brilha no céu. Eu te amo como a lua brilha no céu. E eu te amo como a lua brilha no céu.
Sempre a mesma e a cada noite de outro jeito, refletindo a enorme diversidade do seu brilho, que é sempre o mesmo mas brilha sempre de outro jeito.
Como o meu amor que te ama tanto. Que te ama como a lua brilhando no céu, abrindo uma estrada no mar, onde coloco meu escudo de prata para que você atravesse as águas sem molhar os pés.
Eu te amo como a lua brilha no céu. Constante, mas sempre de outro jeito, ou em outra hora, dias a pós dia, na sequência dos séculos.
Te amo no brilho tênue da lua nova. No movimento da cimitarra cortando os véus do escuro nas noites do crescente. Na plenitude do plenilúnio, absoluta, senhora da noite e trilha mágica para além dos mistérios do cosmos.
Te amo como a lua minguante, que surge mais tarde, cada noite menor, mas nem por isso menos constante.
Mas te amo também quando a lua se esconde. Nas horas do dia que o céu se transforma nos campos do sol e a explosão da luz, iluminando o azul forte do meio dia, apaga qualquer possibilidade de lua, esmagada pelo peso da estrela vingando todas as estrelas que a lua cheia apaga nas noites da sua semana de glória.
Eu te amo como a lua brilha no céu. Como se meu peito fosse a lua cheia e o resto da noite os campos do cosmos, nos quais a lua, se vingando do sol, apaga todas as estrelas, porque o limite do universo é o único limite para o tamanho do meu amor.
Para o tamanho do encontro do nosso amor.
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