Os Jacarandás Mimosos
Não tem dúvida, os ipês são lindos. Todos os ipês são lindos, se bem que os brancos sejam mais lindos que os outros.
Também não tem dúvida, as quaresmeiras são lindas e são uma festa quando se enchem de flores no fim do verão de São Paulo.
E as espatódias ocupam seu espaço, às vezes dos altos galhos de árvores enormes, outras, dos galhos mais humildes de árvores não tão grandes.
As sibipirunas floridas exatamente neste momento não deixam margem para quem quiser discutir sua importância no cenário botânico da grande cidade.
Esquecer as paineiras é brincadeira de mau gosto. Seu momento é deslumbrante e elas dão conta de suceder as quaresmeiras sem se preocuparem em não conseguirem terminar bem o serviço.
Mas o que dizer das azaleias e de sua florada incrivelmente sólida, nos meses de inverno, justamente quando divide o espaço com os ipês e se sai bem na comparação?
São Paulo tem uma sequência privilegiada de floradas deslumbrantes. Ao longo do ano, planta depois de planta dá sua contribuição para quebrar o cinza da cidade e criar contrastes que valorizam o azul do céu.
Algumas ainda não chegaram, mas vão chegar e vão chegar fazendo sua parte para tornar mais rica a sinfonia de cores que cria um arco-íris permanente no céu paulistano.
Entre as árvores maravilhosas plantadas na cidade não dá para esquecer os jacarandás mimosos. Não dá para esquecer porque eles não deixam. Sua florada entre o roxo e o azul tem a grandeza necessária para enfeitar a capital do império, por isso estão plantados em Lisboa. E estão no meu bairro. A festa é deles, mas quem aproveita somos nós.
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