A igreja de Santo Antônio
Perdida no centro da cidade, escondida pelos camelôs, lojas decadentes e até algumas árvores que insistem em tocar em frente no meio da praça do Patriarca, fica uma das igrejas mais antigas de São Paulo.
A igreja de Santo Antônio, ainda no século 16, chegou a ser a sé da cidade, porque na vila incipiente, mesmo sendo uma capelinha, muito menor do que a pequena igreja atual, ela era uma das três igrejas mais importantes, o que lhe valeu, por pouco tempo, ser a sé.
A igreja de hoje não é, como acontece na maioria dos casos das igrejas paulistanas, a igreja original. Não é sequer a igreja do século 18, da qual ela mantém a planta básica, que substituiu a capela original, então uma tapera abandonada pela população.
Mais uma vez quase em ruínas, no final do século passado, começo deste século, quando da sua restauração, ela voltou a ser modificada, ganhando uma nova fachada que lhe enriqueceu o frontão.
Mesmo assim, ao contrário de outras igrejas dos primeiros tempos da vila, a igreja de Santo Antônio continuou pequena e com o crescimento de São Paulo, a partir do fim do século 19, ela foi ficando escondida pelos prédios maiores construídos à sua volta.
Quase esquecida, ao longo do tempo a igreja de Santo Antônio foi perdendo importância e sendo relegada ao abandono, não ruindo pelo menos duas vezes graças às restaurações feitas no último minuto, que impediram o seu desaparecimento.
Até mesmo a imagem do seu santo padroeiro foi retirada dela e levada, ainda no período colonial, para a muito mais rica e importante igreja de São Francisco.
Mesmo assim, a igreja de Santo Antônio resiste e se mantém, recebendo seus fiéis normalmente pobres e humildes, nunca lotada, mas sempre cheia, oferecendo o abrigo de seu teto e de suas linhas simples para o conforto de quem a procura.
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