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Precisa um mínimo de bom senso

No dia 8 de novembro fui tomar a terceira dose da vacina contra covid19. Operação fácil, local quase vazio, seria questão de minutos, se houvesse bom senso por parte das encarregadas da vacinação.

Entrei no “drive thru” e segui em frente até parar ao lado de uma senhora atrás de uma mesa. Perguntei se era com ela, ela me disse que sim e pediu meu comprovante das vacinas anteriores e um documento.

Entreguei, ela leu e me disse: “O senhor não pode ser vacinado”. Eu perguntei o porquê e ela prosseguiu: “O senhor foi vacinado no dia 10 de maio, o senhor só pode ser vacinado no dia 10 de novembro.” Voltei a questionar e ela me disse que ainda não tinha feito seis meses.

Perguntei a ela se seis meses era a mesma coisa que cento e oitenta dias. Ela disse que sim, então eu expliquei que como tinha sido vacinado no dia 10 de maio, já tinham passado mais de cento e oitenta dias porque maio, julho e agosto têm 31 dias e isso totalizava 181 dias até o dia 8 de novembro, ou seja, dois a mais que seis meses.

Ela não entendeu nada, mas, muito simpática, foi chamar uma enfermeira, que veio munida com as instruções para vacinação de reforço e me mostrou que o prazo era seis meses.

Sem sensibilidade, sem bom senso e sem perceber que a vacinação de reforço é para pessoas com mais de 60 anos, portanto, mais vulneráveis, ela permaneceu irredutível. Eu não seria vacinado porque seis meses seria no dia 10 e ainda era dia 8, tanto fazia quantos dias tinham passado.

Diante de sua teimosia, pedi seu nome completo. Ela disse que não daria e eu disse que estacionaria na frente do local de aplicação da vacina. Rapidamente ela telefonou para sua supervisora, que autorizou eu ser vacinado. A história não é gozada, é triste. Imagine uma senhora de 90 anos ir tomar a terceira dose e não ser vacinada porque foi um dia antes.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.