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Estamos no rumo, mas não chegamos lá

A pandemia está dando macha-ré. Os números estão baixos, as UTIs estão mais vazias, mas a covid ainda não foi embora. É olhar o que acontece na Europa para ficar claro que o coronavírus segue firme e forte, aproveitando todas a chances para marcar presença e carimbar o passaporte.

Tem quem ache que dá pra facilitar, mas não dá. Ainda não é hora de soltar a franga no meio do galinheiro. Falta certeza de que a festa pode seguir em frente, com a banda tocando alto, sem se preocupar com o que acontece em volta.

Estamos no rumo, o mar está manso, mas ainda pode vir uma onda capaz de chacoalhar o barco e, se bobear, até virá-lo. Mar não tem beirada, por isso é perigoso e merece respeito. A pandemia é um marzão sem bordas, com vento imprevisível e que exige cuidado da tripulação.

Navegar no meio dela é para profissionais, para gente escolada. Por isso, os simples mortais devem tomar todos os cuidados e seguir as ordens da tripulação, de preferência vacinados, para a vacina servir de colete salva-vidas.

Já estão fazendo planos ambiciosos, falando em carnaval e, até antes, em ano novo com festa, com todo mundo na rua, saudando o novo tempo de paz e saúde, entrando em cena no dia primeiro de janeiro. Tomara que dê certo e que a festa corra solta, alegre e sem complicações.

Mas precisa ficar claro que a doença não foi embora, que ainda não vacinamos o percentual necessário para se falar em imunidade da sociedade, que só pouco mais de 50% estão efetivamente imunizados.

O exemplo internacional está aí. A vacina é a chave para o sucesso e para a retomada das rotinas. Mas, até chegarmos lá, vamos ter cuidado, porque cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.