Poética
Teus olhos são negros como as noites sem luar,
São ardentes, são profundos como o negrume do mar.
De repente, não mais do que de repente,
No meio do caminho, tinha uma pedra.
Vou me embora pra Passárgada,
Lá sou amigo do rei,
Terei na cama que eu quero a mulher que escolherei.
Do musgo do meu gesto nasce a imagem
Que atiro em teus caminhos de procura.
Basta ser outro…
O herdeiro da terra,
O neto de seus avós!
A hora é a hora.
Primeiro foi o mar, selva noturna,
Com solidões de estrela na manhã.
Entra, Irene, você não precisa pedir licença.
De tudo ao meu amor serei atento.
Entrei no pensamento
Do operário em construção.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E assim, quando mais tarde me procure,
Quem sabe a morte,
Crio o espaço
E o vento que me agita.
Que não seja imortal, posto que é chama,
Mas que seja infinito enquanto dure.
Ah, a poesia! Meu muito obrigado à poesia e aos poetas.
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