Não existe mulher feia
Nenhuma forma, entre a infinita variedade de formas criadas pela natureza, é mais bela do que as formas da mulher. Suas curvas se estendem harmoniosas e suaves, seus contornos são mágicos e prometem a possibilidade dos horizontes, suas sombras falam de vales encantados e de desvãos onde os segredos se escondem… e se revelam…seu brilho é o espelho de sua alma.
A beleza se espalha por todo o seu corpo, mas vai além, se solidifica nos detalhes, na suavidade da pele, na resistência dos pelos; aflora no rasgado dos olhos, na curva das sobrancelhas, na forma do nariz, na testa, na distância das orelhas, na sensualidade da boca e na interrogação do queixo.
Desce pelo pescoço e envereda pelo vale dos seios. Se espalha pela sombra da axilas, pelo contorno dos braços, nas pontas dos cotovelos.
Sobe a partir dos dedos dos pés. Do dedinho ao dedão, pela sola, pelo tornozelo e por seus ossinhos.
Cresce pelas canelas, pelas batatas das pernas, se prende e se solta de cada pelo ameaçando crescer, se encaixa em cada dobra do joelho, para se atirar de cabeça no oceano das coxas e mergulhar nos mistérios que brotam entre elas.
Nada é mais belo e mais misterioso do que o interior da mulher. Seu calor e sua umidade, o tato único, feito de uma maciez que vai além da maciez, e que se abre insaciável no momento do gozo.
Não existe mulher feia. Cada uma tem seu encanto, cada uma tem seu segredo, cada uma tem seu brilho.
Umas, se revelam no primeiro encontro, outras, são mais ariscas, ou mais tímidas, mas todas têm um pudor que as faz se abrirem como a flor que espera pelo sol para, lentamente, uma a uma, entregar à luz do dia o encanto de todas as suas cores… de todos os seus segredos.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.