Um ciclo eterno
As ondas, as marés as cheias, vem e vão, cumprindo um ciclo mais ou menos determinado e previsível.
Até mesmo as cheias do Amazonas e do Paraguai que mudam todo um ecossistema, transformando florestas em fundo de rio, cumprem seus ciclos e passam, com os caudais voltando aos seus leitos, por onde correm normalmente pelo resto do ano.
Também as marés sobem e descem, seguindo o ciclo da lua, como as mulheres.
E as ondas vão e vem, batendo nos rochedos e beijando as praias, constantes, dia após dia, eternamente.
Elas também cumprem seu ciclo, da mesma forma que os corações.
até o universo pulsa num ritmo claro e definido que começa a ser captado e compreendido pelos cientistas.
Todas as coisas de uma forma ou de outra se expandem e se retraem, cada uma na sua velocidade, cada uma com a sua particularidade, mas todas constantes e continuas, até mesmo depois da morte.
As pedras têm seu ritmo e o vento passando por elas, as desbasta e as desgasta, até que enormes rochedos se transformam em pequenas pedrinhas.
O corpo humano tem seu ritmo, os sonhos têm seu ritmo e a lua cheia cumpre o seu, uma vez por mês, alegrando os lagos com o seu brilho enfeitando as águas.
Tudo, absolutamente tudo, segue um curso, movido por uma energia nem sempre própria, mas inexorável, que não permite retorno e nos eterniza em partículas cósmicas que daqui a milhões de anos estarão chegando em mundos desconhecidos e jamais imaginados enquanto éramos vivos.
meu amor também segue seu ritmo. ele é constante como a certeza do sol, denso como as profundezas do mar, infinito como a curva do universo.
Meu amor é imenso… e ele é seu.
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