Compaixão
Desde o começo dos tempos o sol nasce todos os dias. mas, dentro de sua eterna rotina, o sol nasce cada dia de uma maneira diferente.
Não há, na longa história dos amanheceres, duas madrugadas iguais, como não há, no infindável número dos pores do sol, dois que se repitam.
Como o sol e as quatro luas que dependem do sol, a vida se recria, dia a pós dia, de outra forma que parece a mesma, mas que não é.
O ciclo das luas, iluminadas pelo sol, fala das marés e do ciclo das mulheres, que, mês a mês se refazem, amantes e mães, prontas para dar a vida por outra vida que é a sua própria, eternizada.
As mulheres são como o sol que se recria a cada madrugada para morrer a cada entardecer… e renascer, outro e o mesmo, na madrugada seguinte.
as mulheres são mais fortes e sua força vem justamente desse mudar constante, dessa metamorfose, que as faz ser as mesmas, sempre de forma diferente.
É por isso que elas têm pena dos homens: a compaixão é um sentimento cultivado pelos mais fortes, porque a compaixão é o piques dos mais fracos.
Elas sabem que a sobrevivência da raça depende delas e que o nosso amanhã depende delas e que são elas que fazem a vida mais bonita.
Elas sabem que o homem é um bicho tolo e presunçoso e por isso os usam quando precisam, por necessidade premente ou por pura diversão.
As mulheres sentem uma pena enorme das nossas perguntas sem respostas, dos nossos medos sem sentido, da nossa curiosidade metafísica, e da nossa necessidade de retornar a elas.
Da nossa átavica necessidade de retornar a elas.
Elas sabem que um pouco de carinho é suficiente para acalmar-nos. que um abraço apertado afasta nossos medos e que seu corpo tem o dom de recriar-nos.
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