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A selvageria custa caro

O que leva alguém ir armado, assistir um jogo de futebol num telão instalado na rua ao lado dos torcedores do mesmo time? Que lógica pode estar por trás de uma arma escondida debaixo da camisa para ser sacada contra torcedores do mesmo time, assistindo o mesmo jogo?

Na sequência, qual a lógica dos torcedores do mesmo time, assistindo o mesmo jogo, saírem no tapa entre si, como se fossem inimigos de morte e não companheiros de alegria e sofrimento?

Pior ainda, qual a lógica de, no meio da pancadaria, um torcedor entrar no seu carro e acelerar e tentar atropelar dois policiais em suas motos?

Alguma coisa está profundamente errada. Quem sabe a tipificação esteja errada. Não são torcedores de um time de futebol, mas criminosos dispostos a quebrar a cidade e matar e ferir quem estiver próximo, tanto faz para que time torça.

Ou será que é o renascimento dos bárbaros que assolavam a Europa, queimando, estuprando e matando com a sem cerimônia de quem tem uma arma na mão e diante de pessoas indefesas se acha o tal?

Não, quem faz isso não é o torcedor de um time, não é alguém que goste de futebol ou que está vagamente preocupado com a coletividade e o respeito ao próximo.

Essa foi só mais uma tragédia numa longa série de ações completamente sem sentido, que não vão acabar e que aviltam o ser humano, puxado para baixo por atos praticados por um bando de boçais.

Quem assassina por causa de um jogo de futebol não preenche as condições mínimas para ser chamado de humano. Quem sai de casa com a intenção de agredir o próximo tendo como pretexto um jogo de futebol não pode ser considerado humano. Ser humano é completamente diferente. Um ser humano – espera-se! – não mata a troco de nada…

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.