Considerações sobre um sentimento estranho

Eu sei que sinto mas não sei explicar o que sinto. É um frio que nasce na beira da espinha e se espalha pelo corpo, e toma o coração e o aperta… E o aperta…
Não sei como, nem porque, sei que o coração fica pequeno e depois cresce de novo e me alegra ao mesmo tempo que me traz lágrimas aos olhos, sem razão nenhuma, sem estar triste ou com vontade de chorar.

Depois, sem porque, sinto frio… E medo.

Sinto que a vida pode ser bela mas que um pequeno descuido pode colocá-la a perder.

E sinto a sua falta mesmo estando ao seu lado.

E sinto saudade de alguma coisa que nunca existiu, mas que eu queria te dar.
E por não poder dá-la, eu sinto remorso.

Quando eu lhe dou flores… Ah, como é bom lhe dar flores!

Ver seus olhos sorrirem, de bem com o mundo e com os seus encantos, esquecida das suas dificuldades e que ele pode machucar.

As flores são as chaves que abrem as portas onde seus sentimentos mais secretos se escondem, para de repente se revelarem, atraídos pelo carinho imenso que existe no ato de dá-las.

Depois tenho vontade de deitar sua cabeça em meu colo, e fazer cafuné.

E tenho vontade de beija-la, muito de leve, como uma aragem passando pela pétala de uma orquídea.

E como é bom agrada-la. Sentir sua pele se arrepiando ao toque dos meus dedos.

Mas é melhor ainda sentir seu cheiro amigo. Seu cheiro de mata molhada misturado com maresia, que me excita e que me acalma, e me faz mais próximo, como se eu fosse você, ou estivesse em você.

Que sentimento é este, que faz com que eu quase me esqueça de mim, mas me deixa egoísta, tão egoísta, que eu quero dar o mundo pra você?

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