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O começo do Mosteiro de São Bento

Entre as igrejas antigas de São Paulo nenhuma é mais imponente do que igreja de São Bento. É preciso dizer que a igreja atual e o colégio e o mosteiro, não têm nada a ver com a igrejinha original, fundada em 1.598, no mesmo chão que abrigou antes dela a taba de Tibiriçá.

Chegados na aurora da vila, logo depois dos jesuítas e dos carmelitas, os beneditinos estão em São Paulo há anos, e no mesmo lugar. Sua ordem nunca se mudou, como aconteceu com os jesuítas, que deixaram o colégio, transformado em sede do governo.

A capela que deu início ao mosteiro paulistano foi erguida por frei Mauro Teixeira, depois de ter sido levado para a Bahia, ainda menino, pelo padre José de Anchieta, compadecido do pequeno órfão que tivera a família comida pelos índios.

Retornando a São Vicente, sua terra natal, já feito monge beneditino, frei Mauro Teixeira decidiu subir a serra de Paranapiacaba, para erguer uma capela e se estabelecer na então incipiente vila de São Paulo.

Durante anos ele morou sozinho num quarto construído no fundo da pequenina igreja localizada num dos pontos estratégicos da vila. Levando uma vida inteiramente dedicada às orações e a meditação, frei Mauro tinha o respeito de toda a população que via no monge uma espécie de santo.

Depois de sua morte, os beneditinos, por motivos que ainda não estão muito claros deixaram a vila por alguns anos, nomeando seu procurador a Manuel preto, um dos maiores bandeirantes de todos os tempos e o inaugurador das bandeiras do Guairá, donde os paulistas trouxeram grande parte dos índios que trabalhavam em suas fazendas.

E só depois de 1.614 que alguns monges vêm para São Paulo, para reocuparem o acanhado mosteiro construído por frei mauro.
Logo depois a grandeza de Fernão Dias Pais se volta para os beneditinos, amparando-os e garantindo o futuro da ordem nos altos de Piratininga.

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.