A CET dá lucro
A função de uma empresa é dar lucro, ou espera-se que seja. Sob esse aspecto, está tudo certo, é por aí e o lucro é bem-vindo, honesto e faz todo o sentido, na medida que pessoas acreditaram na ideia, se cotizaram e investiram para chegar lá, com trabalho duro e muito sacrifício.
O maná não cai do céu desde que os israelitas atravessaram o deserto. Viver não é ficar deitado na praia vendo as ondas quebrarem na areia e meia dúzia de gaivotas voarem no céu.
A coisa é mais complicada. O buraco é mais embaixo. Viver é correr atrás do prejuízo, tapar buracos, cavar trincheiras, desviar das balas e fazer força porque as goiabas só caem das árvores depois que começam a apodrecer. Quem quer goiabas maduras, no ponto de serem comidas, precisa catá-las e isso requer esforço, dedicação e vontade de fazer.
É por isso que o tema de hoje me fascina. A companhia em tela não faz força, trabalha mal, não cumpre seu objetivo social, não teve que competir para chegar aonde está e ainda por cima dá lucro, apesar de ter como missão organizar o trânsito na cidade e não ganhar dinheiro para os acionistas.
É isso mesmo, a CET, pasme! a sua querida e quase inútil CET, dá lucro e lucro na casa das dezenas de milhões de reais, muito mais do que muita empresa competente, líder de segmento, que ganhou seu espaço fazendo força e suando a camisa.
A CET só é competente em dois campos. O primeiro é a incompetência. Um balanço de suas ações não deixa dúvidas quanto a isso. E o segundo é sua inegável habilidade em multar. A CET só não multa debaixo d’água porque ainda não deram escafandros para os marronzinhos. Mas se ela multa bem, para a prefeitura está tudo certo. A grana pinga todos os meses e é isso que importa.
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