Onde se escondeu a paz?
Uma vez o revolucionário mexicano Benito Juarez disse que o respeito ao direito alheio é a paz. Sem dúvida nenhuma, a colocação é correta. Mas, será que só o respeito ao direito alheio é capaz de nos dar a paz?
Paz! Simplesmente paz! Nenhuma outra sensação substitui um momento de paz. O momento em que nós esquecemos as dúvidas, os medos, os anseios, quase sempre sem sentido.
Para que a paz possa existir é indispensável o respeito ao próximo e a melhor forma de se respeitar o próximo é, antes de agirmos, nos colocarmos no lugar dele, para sabermos o tamanho do pisão e se vai doer ou não.
Infelizmente nós nos esquecemos de fazer isto com muito mais frequência do que seria desejável, e o resultado são as tempestades em copo d’água tomarem o vulto dos grandes maremotos, destruindo de uma vez relacionamentos erguidos ao longo do tempo.
A paz é o sonho possível que por ser possível mas raramente viável, acaba sendo frustrante.
Nós a vemos ali, na nossa frente, fácil de alcançar, e no entanto não conseguimos chegar nela.
Como uma miragem, a cada passo em sua direção, ela se afasta na mesma medida, rindo da nossa busca.
Viver em paz! Não a paz coletiva que espanta as guerras e as convulsões sociais, mas a paz interna, a paz que nasce na alma e se espalha como um arrepio ao longo do corpo!
Deitar e poder dormir sem viajar nas ideias que invadem a cabeça antes do sono!
Estender a mão é sentir o contato de outra mão, e saber que ele é bom. Saber que a outra mão nos quer bem e está ao nosso lado para somar e não para atrapalhar.
Paz, cinco minutos de paz por dia, cinco minutos com a tranquilidade nascida da paz, e da sua calma, e da sua poesia.
Meu Deus que vê o mundo e que sabe que o homem é fraco e imperfeito – que sabe que eu sou fraco e imperfeito – me dê, meu deus, uma única vez por mês, cinco minutos de paz num dia!
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