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Uma história muito bonita

A diferença entre o Brasil e os Estados Unidos é que, enquanto fazemos pouco dos maiores momentos de nossa história, eles fazem os menores instantes se transformarem em grandes momentos.

Há orgulho na forma como valorizam qualquer conquista, qualquer diferença positiva, qualquer realização de uma única pessoa que a diferencie da massa, que a coloque em evidência. Uma medalha de ouro nas Olimpíadas faz rico seu ganhador. O vencedor do campeonato mundial de bolinha de gude é transformado em herói.

Os mortos pela pátria são homenageados nos aeroportos, com as fotos expostas em destaque, da mesma forma que os policiais mortos no cumprimento do dever têm direito a enterro com desfile e discurso do prefeito ou do governador.

Quantos campeões olímpicos você conhece que têm ao menos o patrocínio para treinar até os próximos jogos? Quantas vezes você viu o presidente ou algum governador ou prefeito visitar a família de um policial morto em serviço? Quantas vezes você ouviu discurso em homenagem aos que morrem defendendo a sociedade?

D. João VI, em qualquer lugar tido como homem de gênio, é vendido como um imbecil, casado com uma ninfomaníaca, que gostava de comer frango enquanto despachava. Pouca gente parou para pensar que ele é o único rei continental europeu que não foi vencido por Napoleão. Menos gente ainda sabe que ele mandou povoar a costa brasileira com sardinhas e assim produzir proteína para os pobres e os escravos. Poucos se dão conta que ele trouxe educação e cultura para o Brasil. E praticamente ninguém percebeu que ele garantiu para sua família as coroas do Brasil e de Portugal.

Imagine se ele fosse inteligente o que ele teria feito!

Hollywood com certeza contaria nossa história de outro jeito…

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.