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Flores e por do Sol

Se, de um lado, a poluição e a seca cobram seu preço na saúde de milhares de pessoas com pneumonia, gripe, tosse, falta de ar, asma etc., de outro, as flores e o por do sol enfeitam a cidade como se fosse dia de festa, comemoração da independência ou coisa assim.

Os hospitais estão lotados, crianças precisam de oxigênio porque não conseguem respirar, idosos sentem tontura e falta de ar, todos, de alguma forma, sofrem com a secura inclemente, com a falta de chuva que castiga a cidade há mais de quarenta dias.

Por que é assim? Quem sou eu para responder? Adoraria ter parte com São Pedro, mas não conheço o santo, então não faço a menor ideia porque é assim e não assado.

Tem quem garanta que a solução passa pelo Cacique Cobra Coral. O grande especialista em chuva na cidade sempre foi ele. Precisa ver se a organização que segue em frente com sua bandeira erguida tem a mesma eficiência do velho cacique.

Com ele era tiro e queda. Não tinha seca que aguentasse sua competência e o resultado é que, mais dia, menos dia, sempre chovia. Eu sei que os mais jovens não se lembram disso, mas nos apertos hídricos, até o Governo do Estado recorria aos serviços do Cacique Cobra Coral. Invariavelmente com belos resultados.

As mudanças climáticas estão aí e vieram para ficar. A tendência é o quadro se agravar cada vez mais, mas o Brasil, como é tradição, até agora não começou a fazer a lição de casa. Ao contrário, estamos desmatando a Amazônia, sem levar em conta a destruição dos rios aéreos que trazem a chuva da floresta para o sudeste.

Pode mais quem chora menos. Entre secos e molhados, vamos curtir o por do sol e as flores, porque mais que isso é querer muito.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.