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A CET não melhorou na pandemia

A CET não melhorou na pandemia. Ao contrário, segue na velha toada, absolutamente incompetente para cuidar do trânsito da cidade. Quem tem dúvida só precisa pegar a Avenida Rebouças, tanto faz o sentido ou a hora, para entender o que eu quero dizer.

A avenida hoje está pior do que antes da pandemia. Durante o auge do coronavírus, o trânsito de forma geral melhorou, não porque a CET tenha feito algo para isso, mas porque as pessoas ficaram em casa. Depois da pandemia, a vaca voltou para o brejo, em níveis tão ruins quanto em 2019.

De forma geral, a cidade está pior do que antes. Não porque aumentou o número de veículos em suas ruas, não, não é por aí. Piorou porque o Brasil piorou e, ao sentir sua posição ameaçada, a CET entrou de sola e piorou o que era possível piorar no tocante ao tráfego de veículos nas ruas da cidade e assim evitar eventual concorrência.

A única grande vantagem é que, como quase não temos marronzinhos nas esquinas, o trânsito onde eles não estão está mais amigável. Ainda que com certa vergonha, as pessoas se respeitam um pouco mais e isso é bom, especialmente agora, quando a polarização coloca amigos em cantos opostos e faz irmãos brigarem por qualquer coisa.

Não tem nada de novo debaixo do sol, a CET continuar ruim é o óbvio ululante de Nelson Rodrigues. Se não há razão para ela melhorar, ela não vai melhorar. Milagres não caem do céu todos os dias, nem aqui, nem nas igrejas que prometem o paraíso em troca de dez moedas de cobre na caixinha de esmolas.

Entre secos e molhados, perdem todos, com exceção da CET. A gloriosa segue na sua toada vencedora, se consolidando como a mais incompetente empresa pública nacional. Quanto ao trânsito, isso não tem influência na remuneração. Produtividade é tema desconhecido nela.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.