Sabiás e política

Os sabiás não sabem nada de política. O negócio dos sabiás é soltar o pio e cantar de dia e de noite, com propostas diferentes, mas cantando.

Dizem os especialistas que eles também não querem saber nada sobre política, mas aqui é importante uma vírgula antes de seguir em frente. Eles não querem saber de que política? Da política humana ou da política dos sabiás? Se for da política humana, ok, eles estão mais do que certos. Afinal, por que se meter no que não é da conta deles e que de verdade só traz muito desgosto?

Como desgosto? Desgosto, tristeza, frustração, mas acima de tudo mais uma tungada no bolso. Tanto faz o governo, todos vão meter a mão no seu bolso para pagar uma festa que não é sua, que custa caro e que tem como beneficiários boa parte dos eleitos, da extrema esquerda à extrema direita. Aliás, como dizia Tancredo Neves, “em política só briga quem é bobo”. E a velha raposa mineira estava certa. É só prestar atenção nas imagens das câmeras nos finais dos debates para ver os closes sem querer nos “inimigos” de um minuto atrás se abraçando e trocando figurinhas, com um belo sorriso na boca.

Os sabiás não têm nada com isso, então querem que a gente se exploda. Enquanto tiver comida e água nas tigelas dos cachorros para eles e para as pombas, está tudo bem. Com comida na mesa, ninguém perde tempo querendo brigar. Só bobo.

Mas a pergunta que não quer calar é: e quando o assunto envolve a política dos sabiás, será que eles são tão alienados ou também se dividem em partidos e hordas e se pegam nas quebradas e nos galhos das árvores?

Pois é, lá vamos nós para mais uma quadra de crescimento baixo, gente com fome e extrema pobreza. A única desculpa é que não somos só nós. Entre outros povos e sabiás, estamos em boa companhia.

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