Natal
Domingo é Natal. Numa época em que o mundo está de ponta cabeça e o Brasil rachado, tudo que precisamos é do Natal. De tudo o que o Natal representa. De sua mensagem seminal. De começo, encontro e recomeço. De paz entre as pessoas de boa vontade. De amor ao próximo, mesmo com o próximo distante, de reencontro e compaixão.
O Natal é o solstício do inverno europeu trazido para o solstício do verão sul-americano. Solstício é renascimento, é data mágica desde o princípio dos tempos, em todas as partes, no Egito, na Mesopotâmia, entre os Maias, com os Astecas e os Incas, na fria Britânia, em cerimônias místicas realizadas pelos druidas, na consagração da hóstia pelo nascimento do Cristo.
Natal é tempo de construção, de fazer, de edificar, consolidar alianças, abrir caminhos, descobrir novos rumos e plotar as antigas rotas. Tempo de conciliação e reconciliação, de mãos estendidas. De olhar amigo, de amor.
É tempo de reescrever histórias, de criar novas histórias e de não deixar morrer as antigas. É tempo de entrega, de abrir o peito, reencontrar os amigos. É tempo de abrir a casa e repartir o pão.
É o tempo que o mundo necessita, que o ser humano necessita, que você e eu necessitamos para resgatar tudo o que foi perdido, que foi adulterado pela dureza afiada da vida e da morte nos últimos anos.
Natal é a noite que precede a madrugada de todas as possibilidades, dos presentes, da celebração da vida gerada no fundo de uma manjedoura numa gruta na periferia de Belém.
Ah, a pureza da criança nascida da virgem! O significado da redenção na história dessa criança feita homem. A remissão dos pecados! Das nossas falhas e das nossas faltas. E a grandeza do nosso perdão!
Ah, tudo que o Natal traz! Que a vida se reencontre na noite mágica!
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