Um ano mais feliz

[Crônica do dia 07 de janeiro de 2008]

É fim de ano. Tempo de paz e de harmonia. De pensar coisas boas e agir de acordo com elas.

Não é hora de lembrar o feio e o bruto do mundo. Nasceu Jesus e depois a esperança retorna à terra, na forma de sonhos e luzes que iluminam os céus das cidades, enfeitando a imaginação das crianças que nunca cresceram.

No ano novo todas as vontades deveriam se realizar. Todos os sonhos deveriam ser verdade. E até a ilusão teria espaço para fazer o mundo melhor, ainda que por poucos dias.

O 2008 brasileiro será mais gordo. É bom que seja mais gordo. Ano mais gordo está mais próximo de gente mais feliz.

É andar pelas ruas para ter certeza disso. A população está mais rica e com mais dinheiro no bolso é possível gastar mais, lembrando de quem a gente gosta, em presentes de vitrine, transformados em realidade nos tapetes das salas, nos armários e nas garagens.

Deus decidiu que os brasileiros já tinham sofrido muito, se é que uma conta destas passa pela cabeça do altíssimo.

Seja como for, pegamos carona no momento do mundo e o resultado foi bom para nós. O país está mais rico e o povo podendo mais.

Ganham todos, cada um levando sua dose de vantagem.

Até a cidade fica mais bonita nas vitrines enfeitadas, nas ruas iluminadas, nas pessoas com mais paciência e boa vontade.

Tudo brilha de dia e de noite, como se os anjos decidissem trazer as estrelas para dançar no céu de São Paulo.

A cidade fica com jeito de festa. E quem ganha somos nós, parados no trânsito, mas sem vontade de ficar bravo.

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