MASP 50 anos

[Crônica do dia 15 de fevereiro de 1997]

Não parece que foi ontem, mas parece que foi quase ontem. Eu era menino e estudava no Dante Alighieri. Na época a avenida Paulista ainda era uma avenida razoavelmente civilizada e o parque Trianon, durante o dia, não oferecia muito perigo, servindo basicamente para os alunos do colégio, com pendengas mais sérias, apelarem para meios de convencimento enérgicos e acertarem a cara do outro, como solução para problemas da complexidade de uma falta durante um jogo de futebol.

Pois foi num dia destes daquela época que a rainha da Inglaterra deu o ar da sua graça, para inaugurar o prédio sede do MASP, descerrando a pedra que até hoje lembra a data, instalada na entrada do museu.

Minha ligação com o MASP vem daí. Apaixonado pelo seu acervo, em especial por um menino do Van Gogh, uma cena taitiana do Gauguin e pelas dançarinas do Degas, quantos e quantos dias eu cabulei aula, passeando entre as suas obras de arte.

E depois, estagiário no escritório Aranha e Durazzo, quantas vezes eu, cheio da vida, fui até o Masp, esfriar a cabeça, me perdendo por horas a fio entre seus quadros, com a história contada do lado de trás?

Pois o Masp está comemorando 50 anos de existência. Meio século de luta incessante por parte dos seus administradores, que fizeram dele um dos museus mais importantes abaixo do equador e respeitado no mundo inteiro.

Com um acervo que não deve nada para ninguém, o MASP, além dele, invariavelmente oferece para São Paulo exposições maravilhosas, como a das obras italianas e como a de Monet, que estreia até o fim do mês, alojada num cenário especial, montado para recebê-la.

Quem conhece a pintura deslumbrante de Monet não pode perdê-la e quem não conhece também não, porque é a chance de ver um dos maiores pintores de todos os tempos.

Feliz aniversário MASP, mais uma vez, São Paulo agradece.

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