Tem boi na pista

[Crônica antiga do dia 3 de agosto de 2009]

Fazia tempo que não acontecia, mas aconteceu. Outro dia teve rodeio nas ruas da zona sul da cidade.

Nada que não tenha acontecido antes, mas como vai se tornando raro, fazia alguns anos que São Paulo não assistia a uma bela vaquejada, promovida por bombeiros, agentes da CET e mais a massa que sempre corre atrás, perseguindo um novilho nelore, solto próximo a Marginal do Pinheiros, na altura da Ponte Transamérica.

Parece que o bezerro veio, por volta das onze horas da noite, pela Avenida Bruno Calói. Daí ele subiu a ponte, entrou num estacionamento, voltou para a rua, para ser capturado duas horas depois. Após muita luta e muito suor de todos os envolvidos.

Imagine você de carro e, de repente, sem aviso, um novilho passa ao seu lado, galopando em excesso de velocidade, correndo entre as faixas da avenida, feito um motoqueiro.

Não tem como o susto não ser grande. A adrenalina sobe. E a vontade de brincar de caubói cresce. O que fazer?

Sair do carro em perseguição ao bicho solto na avenida? Continuar no carro e iniciar a perseguição? As variáveis são dramáticas, até a chegada do primeiro agente da lei, travestido de caubói de filme dos anos 50, com laço e tudo para pegar a fera e trazer a paz de volta a região.

O problema é que o novilho é independente. Não quer colaborar, não aceita ser laçado sem mais nem menos, para o bombeiro ficar bem na foto. Não ele corre, luta, desvia, engana.

Mesmo depois de sentir a corda no pescoço, ele foge, arrasta o bombeiro, o derruba e só sossega quando não tem mais jeito, duas horas depois. E tem gente que diz que viver aqui é muito monótono.

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