Os cemitérios privatizados
Um dos melhores negócios da São Paulo antiga era o serviço funerário. Graças à sua gestão, uma família fez fortuna e passou a ser acionista de várias empresas relevantes, fundadas com sua participação.
Não sei as razões que levaram a prefeitura a municipalizar o serviço, mas, durante décadas, o serviço funerário foi administrado pela prefeitura e, segundo o jornalista encarregado dos obituários do jornal o Estado de S. Paulo, em várias administrações a corrupção na área foi de fazer inveja a muita gente.
Agora, a prefeitura, dando sequência a um movimento iniciado alguns anos atrás, está transferindo para a iniciativa privada a administração dos cemitérios e do serviço funerário da Capital. A ação está em sintonia com o que já acontece na maioria dos municípios do Estado, onde grupos particulares têm atuação importante no serviço funerário.
A transferência se dá através de consórcios, que assumirão a administração dos vários cemitérios da cidade, divididos em blocos para facilitar o leilão da prefeitura e – por que não? – incentivar a concorrência e melhorar a qualidade dos serviços.
Os investimentos para recuperação, ampliação e modernização dos cemitérios são significativos e, além disso, há a promessa de que os desmandos que acontecem atualmente sejam estancados com ações de vigilância capazes de interromper os furtos de túmulos, diariamente reportados e que depredam os jazigos.
A iniciativa privada tem compromisso com seus acionistas. Assim, na média, os serviços transferidos para ela têm se saído melhor, em todos os campos econômicos onde houve a transferência da gestão.
Espera-se que com os cemitérios aconteça a mesma coisa.
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