É proibido proibir

Vida saudável está na ordem do dia no mundo. São Paulo não é a exceção. A cidade tem uma série de eventos para incentivar a qualidade de vida, desde corridinhas em parques até a internacional e famosa São Silvestre, que acontece no final do ano.

São eventos para corredores amadores e profissionais, cliclistas, atletas de ponta e gente comum, que vai na onda muito mais para se divertir do que para vencer. O bom é isso. Todos de alguma forma aproveitam o evento, ganham o dia, se divertem, superam metas, se sentem mais felizes.

Até aí está tudo bem. Onde a porca torce o rabo é a forma completamente sem cabimento com que os traçados das provas são desenhados. Como o encarregado do desenho não mora na região, que se danem os moradores. Ele fecha ruas e impede a entrada e a saída das pessoas, pouco se lixando para uma eventual emergência e a necessidade de auxílio médico. 

Não é difícil pegar um mapa da cidade e escolher um traçado que cause algum problema, não tem como ser diferente, mas que não inviabilize o acesso dos moradoras a suas residências. 

Os moradores do entorno do Butantã sabem o que eu estou dizendo. Prova sim, prova não – e boa parte das provas, por razões esotéricas, acontecem na região –, alguém fica impedido de entrar ou sair de sua casa.

Conseguir vencer a resistência dos agentes da CET é uma façanha que exige mais sorte do que competência. Se o agente tiver bom senso, ele dará um jeito de permitir que você entre ou saia. Mas se ele não estiver nem aí ou chateado porque acordou cedo no domingo, não tem o que fazer.

Faz pouco tempo, passei pela experiência. Tive sorte. O agente era mais do que cordato e concordou comigo que era um absurdo. Ele me acompanhou com sua moto e eu consegui vencer o trecho interditado e chegar em casa. Não vou dizer seu nome para evitar possíveis retaliações.

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