Não tem limite?
A base do terrorismo é o horror, o monstruoso, o indizível, o aleatório, sem razão de ser, sem culpa ou falta de culpa, praticado deliberadamente, sem motivo, a não ser causar perplexidade.
A Primeira Guerra Mundial começou por causa de um ato terrorista. Assassinaram o herdeiro do trono da Áustria. Da mesma forma que, décadas depois, terroristas irlandeses explodiram o barco do herói de guerra britânico, Lord Mountbatten, quando ele passava férias com seus netos.
O Brasil conheceu o movimento. Não é verdade que os seus adeptos lutavam pela democracia. Lutavam pela implantação de outra ditadura, muito mais cruel, capaz de atos terroristas contra o próprio povo e matar aleatoriamente 23 milhões de pessoas de fome, como aconteceu na antiga União Soviética.
Para quem acha que o terrorismo é coisa de subdesenvolvido, vale lembrar os atentados na Espanha, na Grã-Bretanha, na França, na Suécia, na Alemanha e em outros países ditos civilizados para se ter certeza de que não é bem assim.
Mas o que aconteceu agora em Israel vai além do imaginável, ultrapassa as raias dos filmes de terror, chega no horror absoluto, o horror que paralisa e enche de medo e vergonha o coração mais duro.
O Hamas ultrapassou todos os limites possíveis de barbárie e atrocidade. A forma como suas vítimas foram mortas ou sequestradas lembra Neoptolemo, filho de Aquiles, atirando o Astianax, filho de Heitor, com a cabeça de encontro a uma coluna.
Explica por que as monjas medievais cortavam os seios quando os conventos eram invadidos. O ser humano nem sempre é bom ou generoso. A verdade estava meio escondida pela pandemia. Agora voltou, mais brutal do que nunca. Cumpre às pessoas de boa vontade impedir que se repita.
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