Saúde não é coisa séria
É triste, mas no Brasil parece que saúde não é coisa séria. O orçamento do SUS é menor do que o valor que os planos de saúde privados pagam com os procedimentos cobertos.
A diferença é que o SUS atende cento e cinquenta milhões de pessoas, enquanto os planos privados atendem cinquenta milhões. E tem gente que não entende por que eles são o sonho de consumo de milhões de brasileiros…
O grave é atacarem o SUS, ou os prestadores de serviços do SUS, como se eles, por alguma questão pessoal, não quisessem atender os pacientes que buscam a rede pública de saúde.
Ninguém deixa de internar alguém numa UTI para implicar. Até porque a remuneração para estes procedimentos é melhor do que internação em leito comum. As pessoas não são internadas nas UTIs porque não tem leito vago. A rede não dá conta. Quando você imagina que vai melhorar, mais de um milhão de casos de dengue deixam claro que não tem o que fazer. O jogo segue na toada de sempre, com a tradicional falta de recursos e o diz que diz para enganar trouxa usado pelas autoridades da área para fingir que estão fazendo o que não estão.
Sobra grana para partido político, sobra grana para asfaltar estradas sem importância, para agradar prefeito, mas não sobra grana para tratar o próximo, para médico da família, para saneamento básico.
É verdade, tem político que se preocupa com o seu semelhante e usa parte de suas emendas para melhorar o atendimento e equipar os hospitais.
Benditos sejam eles e elas, que usam o dinheiro público para atender o público. Se mais gente fizesse a mesma coisa, o Brasil seria um país diferente, com uma população no mínimo mais saudável.
Mas não adianta sonhar. A regra não é essa e não parece que vai ser.
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