A Enel é democrática
Você pode criticar, xingar, pensar mal, querer que ela se exploda, mas uma coisa você não pode negar: a Enel é uma empresa democrática, com forte noção social e vocação para desatender a população de maneira semelhante. Não, nunca igual. Igual é impossível, até porque a sua falta de comprometimento com a cidade, sua incompetência e seu descaso não são iguais em todas as regiões. Então ela se esforça, mas não consegue ser igual, ela é no máximo semelhante.
Antes de aprofundar o tema, é importante dizer que existem duas Enels, a que faz o que pode e a que pouco se lixa. A que faz o que pode é composta pelos funcionários que se arriscam, saem na chuva, se penduram nos postes, arrastam fios, trocam transformadores e, além disso, têm em comum serem mais mal pagos. A outra Enel é formada pelos executivos que não se importam com a população, que estão pouco se lixando com a imagem da companhia, com o serviço prestado e com os investimentos necessários, mas que não abrem mão do lucro, dos bônus, das retiradas gordas e mordomias fartas. Os executivos que, quando vão conversar na Prefeitura, entram rindo e debochando porque sabem que não serão penalizados.
A diferença entre as duas companhias precisa ficar clara. A responsabilidade pelo que não funciona é do segundo grupo. Aliás, será que não seria o caso de se aprofundar as investigações sobre a forma como esses executivos gerenciam suas responsabilidades?
Voltando à vaca fria ou à cidade sem luz, a democracia da Enel pode ser vista na falta de energia elétrica. Um dia falta numa região; no outro, em outra e assim sucessivamente. O que pode variar é o tempo para a energia elétrica ser restabelecida. Aí a sorte tem seu peso. Tem mais luz quem tem mais sorte ou morar mais perto de um diretor da Enel…
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