A seleção é uma vergonha
Quem tem mais de 50 anos se lembra do Brasil potência do futebol mundial. Quem tem um pouco menos se lembra da última vez que levantamos a Copa, consolidando a imensa vantagem do país sobre as outras seleções, que não chegavam perto da nossa e sabiam que contra o Brasil a conversa era outra.
Depois, começamos a descer a ladeira e não paramos mais. A consagração da derrocada foi o trágico sete a um que a Alemanha nos impôs e só não foi maior porque os alemães ficaram com pena e tiraram o pé do acelerador.
Agora, conseguimos a proeza de repetir a dose. A Argentina meteu quatro a um e só não fez mais porque achou que estava bom e diminuiu o ritmo, sem fazer questão de aumentar nosso vexame.
Como sempre, o técnico pagou a conta. Foi demitido. A pergunta é se ele deveria ter sido contratado. Mas, como foi, a culpa, evidentemente, não é só dele. Começa nos cartolas da CBF, que, 24 horas antes do vexame de Buenos Aires, reelegeram o presidente da Confederação com 100% dos votos, acabando com qualquer veleidade de Ronaldo Fenômeno, que quis ser presidente e descobriu que não é assim que se chega lá.
O mais interessante na história é que os jogadores convocados são os mesmos que brilham nos clubes europeus, os que ganham o título de melhor do mundo e outros que navegam no mesmo mar. Só que, na seleção, não jogam nada. É triste ver, mas os grandes craques que fazem a alegria dos torcedores europeus na seleção brasileira são menos que uma sobra apagada daquilo que fazem na Europa.
Agora é arrumar outro técnico e tocar em frente. Que nós vamos para a Copa é certo. Afinal, se classificam sete seleções. A pergunta que fica é se vale a pena torcer e sofrer por um timinho vagabundo como esse.
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