Uma escola em Cubatão
Nos dias atuais existe prêmio para tudo e para todos. A Educação não fica de fora, tem prêmios para todos os vieses, todos os imponderáveis e todos os méritos que o assunto pode despertar.
Não há progresso sem educação. Não há desenvolvimento social sem educação. Não há qualidade de vida sem educação. De outro lado, a educação deficiente é a chave para o sucesso da manutenção dos quadros políticos atuais, com farta ajuda para as religiões, que seguem prometendo milagres, e levando no bico milhões de brasileiros que se tivessem tido uma educação apenas medíocre não votariam em quem votam.
Nada de novo debaixo do sol, ninguém entrega a rapadura por bem. Ou quase ninguém, que o diga São Francisco. Nossos homens públicos não são diferentes dos que atuam em outros países. Apenas são mais ciosos de sua liberdade e não pretendem mexer nas regras. Afinal, não se mexe em time que está ganhando.
Mas quando o quadro está desolador, surge uma luz no horizonte. Não no fim do túnel, mas atrás da última montanha que fecha a Serra do Mar em cima de Cubatão.
A Escola Estadual Parque dos Sonhos, instalada num complexo habitacional de baixa renda, em Cubatão, ganhou o prêmio de Melhor Escola do Mundo, da Plataforma T4 Education, na categoria Superação de Adversidade.
Funcionando numa comunidade altamente vulnerável, com grande incidência de violência e vandalismo, com alta margem de abandono escolar, a escola soube se reinventar e adotar novas técnicas pedagógicas, baseada em princípios humanistas e na não violência, além de atividades extracurriculares, capazes de fortalecer os vínculos e a participação.
O resultado foi o prêmio e, mais que ele, provar que o Brasil tem jeito.
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