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Por que praticamos pouco a coleta seletiva?

São Paulo é a cidade que mais produz lixo, mas quando o assunto é reciclagem…

Apesar de o programa de coleta seletiva ter mais de 15 anos de existência na cidade de São Paulo, ele está bem distante de ser o ideal. Atualmente, os caminhões coletores não atendem a 30% das ruas da cidade, muitos não praticam a coleta seletiva e o potencial de lixo que poderia seguir para a reciclagem é gigantesco. Uma iniciativa recente pretende mudar este cenário, mas ela também depende de todos nós.

Na mesma proporção em que São Paulo produz uma enorme quantidade de lixo, são 12 mil toneladas diariamente, o maior volume entre todas as cidades do país, é grande a quantidade que poderia ser reciclada. Pesquisando esta informação, cheguei aos dados da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) e eles me chamaram a atenção: 40% do lixo por aqui produzido poderia ser reciclado, no entanto, apenas 7% segue para esta finalidade. É muito pouco.

Para nós moradores de São Paulo, a coleta seletiva da Prefeitura não é suficiente, já que ela não atende todos os bairros, mas há também alternativas como os ecopontos e lixeiras para esta finalidade espalhadas próximas a terminais de ônibus, metrôs e parques. Mas este não é o único ponto. Quem pratica a coleta seletiva nem sempre sabe o que de fato é reciclável e mistura tudo no mesmo saco.

E, ainda, quem conta com o caminhão semanal que passa na sua rua para a coleta, percebe que tudo é jogado no seu baú e barulhos de vidros quebrando são frequentes. Isto não apenas nos faz questionar se esta é a maneira adequada de fazer esta coleta, mas é um risco para quem faz a separação, já que o lixo reciclado na cidade é encaminhado para cooperativas. Ao meu ver, falta mais orientação para podermos também fazer a nossa parte e de maneira correta.

A boa notícia é que neste ano, o Movimento Recicla Sampa, uma iniciativa das duas concessionárias de limpeza de São Paulo, a Loga e a EcoUrbis, com o apoio da Amlurb, disponibilizou um portal com informações sobre o que pode ser reciclado e o que é lixo comum, locais de pontos de coleta na cidade e os bairros atendidos pelos caminhões de coleta seletiva. O objetivo do programa é reduzir, em quatro anos, 500 mil toneladas de resíduos enviados para aterros municipais. O meio ambiente agradece!.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.