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Setembro Amarelo

Precisamos falar sobre isso

Para muitos, falar sobre suicídio é um tabu. Mas nós temos que encarar esta realidade, pois ela afeta toda a nossa sociedade e ninguém está imune a ter um parente ou um amigo que comete o ato de tirar a própria vida. Infelizmente no Brasil, as estatísticas mostram que as taxas de suicídio vêm aumentando, principalmente entre os mais jovens. Neste mês, a campanha Setembro Amarelo é um alerta sobre a importância de conscientização sobre a prevenção do suicídio, e cada de um de nós pode fazer a sua parte.

As pessoas autodestrutivas mostram sinais, principalmente de depressão simples ou na forma bipolar, de dependência química e de esquizofrenia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre as mudanças, estão o isolamento social ou familiar e de comportamento. Um fenômeno mais recente é a influência das redes sociais. O excesso de referências sobre suicídio, principalmente entre ídolos, causa o que se chama de catarse coletiva. O que no passado se dava pelos livros, hoje é pela internet.

E casos não faltam. Na Alemanha, uma onda de suicídio aconteceu após o lançamento do livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, obra de Goethe de 1774, em que o protagonista se mata após um amor não correspondido. O suicídio também está presente nas tragédias gregas, nas peças de Shakespeare e nos grandes romances realistas do século XIX.

Seja qual for o motivo ou a influência, uma triste realidade assola o país. As taxas de suicídio cresceram 73%, entre 2000 e 2016, chegando a 11.736 casos, um a cada 46 minutos. Entre os mais jovens, de 15 a 29 anos, foram registrados 4.900 casos, segundo o Ministério da Saúde. Isso sem falar nos milhares que não são computados, com outros motivos para a causa da morte.

Entre as grandes cidades do país, São Paulo é a 3ª com a maior taxa de suicídio entre os jovens, atrás de Belo Horizonte e Porto Alegre, conforme constatado por uma pesquisa feita pela Unifesp, Universidade Federal de São Paulo. Com todos estes indícios, não dá mais para tratar o suicídio como um tabu, mas sim com informações e atenção.

Como mudar esta realidade? Compartilhe:

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.