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O triste cenário do Rio Tietê

Em suas águas paradas prevalecem objetos boiando e o mal cheiro

Quem chega em São Paulo pela Marginal Tietê se defronta com uma realidade. O volume de lixo boiando no Rio Tietê é chocante e, na mesma proporção, o cheiro é absurdamente desagradável. Nessa época do ano em que as chuvas são escassas, o cenário se agrava mais ainda e a vista do rio parado parece um horizonte de piche como se fosse um asfalto. Pelas contas do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a despoluição do Rio Tietê em São Paulo já consumiu R$ 2,156 bilhões dos cofres públicos.

As contas do TCE, que acompanham a situação dos contratos da Sabesp, mostras que o valor de R$ 2,156 bilhões é fruto de 46 contratos que foram assinados nos últimos dez anos. Desse total, 28 estão em fase de execução e totalizam R$ 1,7 bilhão. Outros 14 já foram concluídos e somam R$ 1,05 bilhão. E há dois contratos paralisados que somam R$ 469 milhões, além de outros dois que foram rescindidos e que chegam a R$ 57 milhões.

Ao que tudo indica, ainda há um caminho bastante longo a se percorrer para que a despoluição do Rio Tietê seja uma realidade. Enquanto isso, todos os dias, o rio recebe um volume considerável de esgoto irregular. Um problema que não é de hoje. O despejo irregular é considerado uma marca dos problemas ambientais que foram provocados pela industrialização e urbanização da cidade de São Paulo entre 1930 e 1970.

O Rio Tietê é o maior do Estado de São Paulo, com cer4ca de 1.100 quilômetros de extensão, a sua nascente é em Salesópolis (SP) e ele deságua no Rio Paraná, na fronteira com Mato Grosso do Sul. Nesse percurso, o Rio Tietê passa por 62 cidades paulistas. Pelo relatório Observando o Tietê 2020, da SOS Mata Atlântica, o trecho morto do Tietê é de 150 quilômetros, pouco inferior ao resultado de 2019 (163 km). Porém, o dobro de 2014 (71 km).

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.