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Palavras ditas não voltam mais

Em redes sociais, alguns perdem o freio sem medirem as consequências

O WhatsApp está cada vez mais presente no nosso dia a dia, seja para fazermos pedidos de compras e de serviços, ou para interagirmos com as pessoas e em grupos. Estimativas apontam que 120 milhões de brasileiros utilizam essa ferramenta e, em média, cada um deles participa de pelo menos cinco grupos formados para as mais diversas finalidades, como do trabalho, da família, da escola ou do bairro. Quando é para um bem em comum, a ideia dos grupos é sensacional, mas na prática, nem sempre é assim que funciona.

Não sei se por efeito da pandemia e do isolamento social, parece que as pessoas estão ouvindo menos e falando mais. Além disso, cada vez mais elas estão sem freio para criticarem arduamente o que lhe incomodam, sem pensarem nas consequências e se vão prejudicar alguém. Nos grupos do WhatsApp isso tem sido muito nítido. Talvez porque pessoalmente não tivessem coragem de dizer, o que dizem por essa ferramenta.

Em tempos em que os relacionamentos estão mais acentuados pelo WhatsApp, todo o cuidado é pouco com as palavras, uma vez ditas, elas não voltam. E para contextuar uma situação dessas, em um grupo de um bairro em que participam diversos empreendedores, uma pessoa se manifestou ao comparar duas pizzarias, dizendo que a segunda dá “pau na primeira e é muito mais barata”. Um comentário como esse é no mínimo infeliz.

Imagine quantas pessoas podem ser influenciadas e deixarem de comprar da primeira. Sendo assim, um risco para a continuidade do seu negócio. Claro que as opiniões são importantes, elas ajudam a incrementar os negócios e a qualidade, mas tem formas e formas de falar. O mesmo vale para os relacionamentos pessoais, quantas vezes assistimos cenas de ofensas com palavras que nunca deveriam ser ditas.

O que você acha que precisa melhorar na comunicação dos grupos? Compartilhe:

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.