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Amazônia, pelo olhar de Sebastião Salgado

Foco da exposição no Sesc Pompéia é conscientizar sobre a necessidade urgente de preservar a região

Após um trabalho de praticamente uma década e in loco durante os anos de 2013 e 2019 em expedições pela região, o Sesc Pompéia é palco da exposição “Amazônia”, do consagrado fotógrafo Sebastião Salgado, com a curadoria de Lélia Wanick Salgado. A exposição já passou por Paris, Londres, e Roma. Por aqui, ela reúne 205 fotografias inéditas em preto e branco e sete vídeos com testemunhos de lideranças indígenas. Nas palavras de Salgado, “a Amazônia é a minha casa”.

A exposição não é um retrato da destruição da Amazônia, mas sim, da floresta viva e dos povos indígenas, com a mensagem da necessidade urgente de preservá-la e não mais conservá-la. Se fosse um país, a Amazônia Legal seria o 6º maior do mundo em extensão territorial, com seus 5 milhões de quilômetros quadrados, ocupando 59% do território brasileiro.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE), somente no Bioma Amazônia, que já chegou a ocupar uma área de quase 4,2 milhões de Km², cerca de 729 mil km² já foram desmatados ou 17% de sua área. É com o olhar do que ainda sobrou da Amazônia que Salgado foca na conscientização.

Feitas por terra, água e ar, as fotografias mostram as belezas da floresta, rios, montanhas e como é a vida em doze comunidades indígenas, retratando a importância delas como guardiãs da floresta. Segundo Salgado, são essas comunidades que preservam a Amazônia e há interesses na apropriação dos territórios indígenas por eles ocuparem as áreas cultiváveis.

A maior parte do Bioma Amazônia está em terras baixas, formado por florestas úmidas, com chuvas o ano todo, e florestas estacionais, nas quais falta umidade em um período do ano, impraticáveis para a agricultura. Na Amazônia legal vivem mais de 180 povos indígenas, eles ocupam 108 milhões de hectares ou 21,5% da região, conforme o IBGE.

Na exposição, os visitantes também podem conferir dois espaços com projeções de fotografias, um deles voltado às paisagens da floresta, ao som de Heitor Villa-Lobos, e o outro, aos índios, com uma composição de Rodolfo Stroeter. E, ainda, um espaço exclusivo para o Instituto Terra, idealizado por Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado, voltado para a proteção e conservação da biodiversidade.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.