Mosteiro da luz
A região da Luz tem um dos mais ricos tesouros arquitetônicos da cidade de São Paulo. De um lado da avenida, o Jardim da Luz, a Estação da Luz e a Pinacoteca do Estado; do outro, o Mosteiro da Luz, sua ampla área com a igrejinha de Frei Galvão e os quartéis da Polícia Militar.
O Mosteiro da Luz é do século XVIII. Tem na origem o dedo de Frei Galvão e, desde sua construção, serviu de abrigo para freiras dedicadas à contemplação e à oração, sem contato com o mundo exterior.
É uma construção simples e bonita, feita de taipa de pilão, então a técnica de construção mais comum em São Paulo. Suas paredes grossas, as tábuas do chão e do forro, largas, dando a dimensão das árvores que então cercavam a cidade, são uma mostra de como era a cidade de São Paulo no século XVIII. Construções simples, com poucos enfeites, não era possível compará-la com Rio de Janeiro, Salvador ou Recife.
São Paulo começa a crescer na segunda metade do século XIX, mas, mesmo assim, em 1870, tinha pouco mais de 20 mil habitantes. A explosão vem com a imigração, que trouxe centenas de milhares de pessoas para trabalharem nas fazendas e para desenvolverem suas atividades profissionais na cidade, rapidamente transformando a pacata vila numa operosa cidade.
O Mosteiro da Luz manteve suas características básicas. Não foi afetado pela onda de progresso que mudou a arquitetura urbana. Seu grande conjunto, inclusive com a área da antiga horta do convento, é um monumento que mantém viva a história e faz contraponto com a Estação e o prédio da Pinacoteca, formando um conjunto arquitetônico único, que precisa ser melhor conhecido pelos paulistanos e pelos turistas que visitam a cidade. No final da visita, ainda oferece o maravilhoso Museu de Arte Sacra, um museu que não pode deixar de ser conhecido.
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