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Simplesmente não tem jeito

[Crônica de 21 de outubro de 2013]

As ciclofaixas foram criadas para os ciclistas pedalarem em segurança, livres do risco de um acidente com um veículo maior, no qual invariavelmente levam a pior.

Ideia inteligente, que deu certo e se espalhou pelo Brasil. Com todos os seus problemas, especialmente os engarrafamentos que tomam as ruas também nos domingos, São Paulo encampou a ideia e as ciclofaixas são parte da paisagem, domingos e feriados.

É bonito ver as faixas exclusivas, demarcadas com os cones vermelhos, cada vez mais cheias de bicicletas. Milhares de pessoas pedalam por elas, fazendo exercício, se divertindo, interagindo e melhorando a qualidade de vida da cidade.

O problema é que tem gente que não entende que a ciclofaixa, como o nome diz, é para bicicletas. É cada vez mais comum pessoas correndo ou fazendo manobras com skates na área reservada para bicicletas.

Vai acabar mal. Estatísticas da CET dão conta da morte de vários ciclistas nas ruas paulistanas. E o número real deve ser maior do que o informado, porque a CET, pelo menos com os motoqueiros, contabiliza apenas as mortes no asfalto. 

Como mostrou uma pesquisa sobre o assunto, os feridos que são levados para os hospitais e morrem depois não são considerados.

As ciclofaixas não são largas. Então, alguém correndo nelas, mais lento do que o ciclista comum, é um risco concreto para quem pedala e pode ter que brecar ou desviar para não atropelar o corredor.

O curioso é que os agentes da CET espalhados ao longo das ciclofaixas não fazem nada para retirar o cidadão a pé do espaço das bicicletas. É como se não fosse com eles. Quem sabe ficassem mais espertos se criassem uma multa.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.