Arquivo de tags para "Memórias"
Crônica 7500
Em princípio, não teria razão para ser diferente. Afinal, por que alguma coisa é melhor apenas por causa do seu número? Na prática, o cinco e o seis deveriam ser exatamente iguais ao dez ou ao vinte. Então, por que essa mania de comemorar números redondos? Por que dar importância…
Os sinos ainda batem
Eles ainda batem. Já não batem tão forte, mas ainda batem e eu os ouço, quando o inferno do trânsito, ou a loucura do dia a dia me permite ouvir os sons guardados na alma, ou na gaveta das lembranças. Batem como batiam quando eu era menino, nas tardes infinitamente…
O trânsito nos supermercados
Cuidado, desvie, breque, pare, olhe para o lado, lá vem um louco em excesso de velocidade…atenção, atenção…atenção, dirija defensivamente e procure evitar acidentes, mesmo com os outros não ligando a mínima para a sua segurança. A cada dia que passa o trânsito vai ficando mais e mais ensandecido. Mais e…
Nem a CET é tão ruim
Opa! Sentir saudades da Itatibense de Força e Luz é porque as coisas estão muito complicadas. A Itatibense fornecia energia para Itatiba e região. Empresa velha, sem manutenção, não era necessário chover, bastava algumas nuvens cobrirem o céu para acabar a energia. A Itatibense saiu da minha vida na década…
Mais um pouco sobre um tema recorrente
Desde menino, as feiras livres sempre exerceram forte fascínio sobre a minha imaginação. Ou melhor sobre os meus sentidos que fazem viajar minha imaginação. As feiras livres são, apesar de não serem mais, o último elo ligando o homem urbano à terra, ao solo que produz os alimentos nelas comercializados….
O vulto na janela
À distância, a janela do prédio, ainda com a luz apagada, no lusco fusco do fim do dia, não me permite identificar de quem é o vulto recortado mais escuro, que se sobressai contra o fundo escuro do apartamento no escuro. Da praia, ainda iluminada pelo resto de sol que…
A flor do meu bem querer
Eu gosto de teatro. A vida inteira gostei e pretendo continuar gostando até não poder mais sair de casa para assistir uma boa peça. É paixão antiga. A primeira peça que eu assisti, menino, levado pelos meus pais, foi Édipo Rei, com Paulo Autran. E tive o privilégio de aprender…
Um elogio inusitado
Mais ou menos cinquenta anos atrás, uma tia dizia que marido e funcionária a gente não elogia, principalmente para a melhor amiga. Eu sei que elogiar é a melhor forma de entrar areia na catravanca e dar pau na birimbela. Mas tem momentos em que o elogio é merecido e…
Medo de caixa eletrônico
Confesso que tenho vários medos. tenho medos metafísicos e físicos, sendo que os primeiros, apesar de mais terríveis, atualmente, me incomodam menos do que os segundos. Que me importa se o céu pode cair na minha cabeça, ou se depois da morte pode não haver nada? Que me importa se…
Verdinho, o meu primeiro carro
Está fazendo cinquenta e um anos que eu ganhei meu primeiro carro. Foi logo depois de entrar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, o único vestibular que democraticamente meu pai me deixou fazer, aos dezoito anos, no final de 1970. Tinha duas opções: de manhã e de…