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A CET piorou

Não dá para desconversar. A verdade é que, com a pandemia do coronavírus, a vida no planeta de forma geral piorou. Ricos e pobres, todos perderam qualidade de vida, todos perderam saúde mental e física, todos perderam espaço, liberdade de movimento, possibilidade de fazer ou não fazer.

Uns perderam mais do que outros, mas todos perderam muito e a regra é ampla, geral e irrestrita, se aplica a todo o planeta, indistintamente, independentemente de sexo, gênero, religião, time de futebol, linha política, neurose ou outro fator que nos diferencia de outras formas de vida, sem, todavia, alterar a essência do ser humano.

É verdade, a vacina reduz o potencial das perdas, principalmente no que toca a perda máxima, a perda da vida. Mas mesmo ela não é capaz de zerar todos os prejuízos arcados pelas pessoas que habitam o planeta.

Hoje, estamos bem na foto dos países imunizados, mas demoramos e isso custou caro para centenas de milhares de brasileiros, que perderam a vida pela adoção de políticas equivocadas e tolices inomináveis.

Mas, se não estamos mais morrendo feito moscas, a qualidade de vida caiu em todo o Brasil. São Paulo não é exceção e uma das vertentes mais visíveis é a piora evidente do trânsito da cidade.

Se, antes da pandemia, São Paulo sistematicamente parava, agora, depois da pandemia, São Paulo para como dois mais dois são quatro. Para no atacado e no varejo, nas pequenas ruas e nas grandes avenidas. Para, simplesmente para, sem necessidade de adjetivo.

Uma das vantagens dos fatos incontroversos é que eles expõem e dão transparência a realidades nem sempre evidentes.
No caso do trânsito paulistano, o que parecia impossível aconteceu. Com ajuda da pandemia, a CET conseguiu piorar.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.