Não tem mais o que fazer
Quando você sai de casa na hora do almoço de qualquer domingo e dá com a Marginal do Pinheiros parada, tem alguma coisa errada. Ou não. É a nova realidade paulistana, na qual o trânsito, para o bem ou para o mal, deu com os burros n’água.
Não tem o que fazer. Tem mais carro do que ruas e o pouco que poderia ser melhorado já escorreu pelo ralo, puxado pela enorme incompetência da mais incompetente de todas as companhias públicas incompetentes, a CET.
Marronzinho é assunto morto. De vez em quando você vê um, mas não consegue descobrir o que ele está fazendo, porque, com certeza, não está ajudando o trânsito. É verdade, na maioria das vezes também não está lá de má fé, com a missão de parar o que falta parar.
Não é maldade, é incompetência mesmo. Ou desespero diante da inutilidade da sua ação frente à enormidade à sua frente. Onda de trinta metros passando por cima de barco de pesca só tem um resultado: o naufrágio da embarcação. O bom marronzinho sabe disso e sabe que não tem colete salva-vidas e que, se tivesse, dava na mesma.
O duro é a falta de profundidade com que o assunto às vezes é tratado. Colocam a culpa em todo mundo, menos no crescimento alucinado da frota de veículos da Capital. E na impossibilidade de construir novas vias, por absoluta falta de espaço.
Tem meia dúzia de ações que poderiam dar resultado? Tem e começam pela fiscalização da CET, que segue firme, absolutamente ineficiente, pouco se lixando para quem para no meio da rua.
Mas culpar só a CET seria um exagero. É verdade, seus semáforos insistem em seguir descontrolados ou desregulados. Se tivesse um mínimo de ordem, não seria tão ruim, mas também não resolveria o caos.
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