As amoras chegaram
As amoras chegaram e estão indignadas. Tudo bem as jabuticabas carregarem antes delas, mas as pitangas?
Pitanga que é pitanga sempre chegou depois das amoras! Como é que este ano elas fazem a molecagem de saírem na frente, de complicarem o ciclo natural das flores e dos frutos?
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A pandemia não pode servir de desculpa para tudo. Tá certo, não é uma gripezinha como quer o Presidente, mas não pode ser usada para atrapalhar a ordem de chegada das flores e dos frutos.
Se as azaleias não ligam porque são atropeladas pelos ipês, isso é problema das azaleias. Se elas não reclamarem é problema delas, são elas que estão abrindo mão do direito divino de florirem na hora delas, florirem dentro da ordem pré-estabelecida faz milênios e que diz quem entra em cena e em que lugar.
O que as pitangas fizeram foi muito feio, coisa de gente sem nenhuma educação, que só olha o próprio umbigo e quer que o mundo em volta se estoure.
Não é assim que as coisas funcionam. Ordem e respeito fazem parte do mundo civilizado. Aliás, é por isso que na Suécia ou na Alemanha não precisa jeitinho, as coisas são como são e as pessoas respeitam.
Como diz o Ministro Marco Aurélio Mello, se a lei é ruim, mude-se a lei; enquanto a lei for a lei, cumpra-se a lei.
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As amoreiras sabem que ele está certo. A única forma de uma democracia funcionar é todo mundo respeitando a lei. Sem respeito a vaca vai pro brejo e o cidadão sai na chuva pra se queimar.
A covid19 mata quase mil pessoas por dia. Quem não tem cão fica no mato sem cachorro e, horror dos horrores, as amoreiras entram em cena fora de tempo, sem ritmo de jogo e sem saber o que vai acontecer.
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