Politicamente correto
Pastel de feira não tem religião, partido político, time de futebol, intolerância ou preconceito. Ao contrário, quanto mais comidos, mais realizados eles ficam e quanto maior a diversidade da clientela, mais certeza eles têm de que estão no rumo certo e contribuindo positivamente para uma sociedade mais justa e equilibrada.
Pastel de feira é uma especialidade brasileira. O pastel não é, mas o verdadeiro pastel de feira não é um pastel normal, é um pastel com tudo de lúdico, onírico e maravilhoso que a definição contém. E é brasileiro.
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Pastel de feira é pastel de feira e ponto. É verdade, se há uma padronização do modelo do pastel de feira, não há uma garantia de qualidade que faça com que sejam iguais no gosto, na consistência, na fartura e no prazer de comê-los.
Uns são mais caprichados do que os outros, uns são mais saborosos do que os outros, uns dão mais prazer do que os outros. Mas, na média, mesmo os que não são os melhores costumam ser bons.
Tradicionalmente, pastel que é pastel é de queijo, carne ou palmito. Mas isso é tradicionalmente. Na prática, no dia a dia, na rotina das pessoas, os pastéis evoluíram muito e atualmente há pastel para todos os gostos, salgados e doces.
Cada um sabe de si e do que gosta, então que cada um seja feliz comendo o pastel que o satisfaz, na feira que o satisfaz. Não é porque eu gosto do pastel de queijo da feira do Pacaembu que todo mundo tem que gostar de pastel de queijo da feira do Pacaembu.
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Tem dezenas de outras feiras com bancas de pastel que oferecem pastéis de todos os sabores e satisfazem todos os paladares.
Ainda bem que é assim, porque pastel que é pastel é politicamente correto. Tudo que ele quer é ser comido, de preferência, por todo mundo.
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