Fim de ano estranho
O ano chega ao fim. Ano estranho, com desafios estranhos, dor, sofrimento e milhares de mortos, sem ao menos a despedida de um velório. Enterrados rapidamente, em valas abertas a trator, pelos cemitérios do Brasil.
A crise veio, viu e venceu. A recessão pegou forte, mas o país é um leão e reagiu com vigor, apresentando taxas de crescimento impressionantes, poucos meses depois da queda vertiginosa da atividade econômica.
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Até que ponto a retirada do auxílio emergencial vai derrubar esses números é algo que ainda não se sabe, mas a 25 de março e o Brás lotados nas semanas que antecederam o Natal são um sinal de que o brasileiro quer tocar em frente.
Aí mora o perigo. Tanto faz querer tocar em frente, a verdade é que a pandemia ainda está entre nós e as medidas de restrição devem ser levadas a sério.
O Brasil ainda não tem vacina e isto faz a diferença. Nosso Governo Federal não acreditou no vírus, não acreditou na pandemia e, no afã de copiar Donald Trump, não percebeu que o ex-presidente norte-americano se, de um lado negava a pandemia, de outro, incentivava a indústria a desenvolver a vacina. E a deles parece que é a melhor do mundo.
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As pessoas estão impacientes, mas não adianta querer correr mais do que a pista permite. O resultado pode ser um desastre sério, com consequências graves para as vítimas. Quem tem pressa come cru.
É hora de baixar a bola. As férias deste verão serão diferentes das férias dos anos anteriores. É melhor aceitar que vai ser assim do que sair atirando para todo lado e acabar com Covid19. O mar não está para brasileiro fazer graça. É hora de muita calma e, no máximo, golfinho nadar.
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