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Começo de fim de ano

 

As árvores de natal começam a ser montadas. O natal está batendo na porta, mas este ano completamente atípico, até nisto, resolveu inovar. O Papai Noel que faz a alegria dos shoppings centers, este ano, não vai estar lá. Pelo menos ao vivo e a cores. Virtualmente, a criatividade de cada um fará ser mais ou menos quente, mais ou menos real.

Com a segunda onda comendo solta em boa parte do mundo e a primeira onda comendo solta no Brasil, os prognósticos não são os mais animadores. O fim de ano será, no mínimo, diferente dos outros fins de anos de todos os anos da minha vida.

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Me lembro de um ano novo no começo da década de 1970. Estávamos no Guarujá. Meu pai levantou seu copo de uísque e fez um brinde ao ano novo do ano 2000, pronto para chegar em trinta anos.

Não tenho nenhuma prova, mas pode ser que uma bruxa tenha lançado um feitiço e, a cada cinquenta anos, começando em 1970, uma chacoalhada balance o mundo.

Ano louco, as coisas aconteceram num ritmo diferente, pautadas pelo isolamento social, que meio que houve, e o isolamento social, que não houve. O que não teve de jeito nenhum foi um isolamento social realmente isolado.

Fora de casa, a vida seguiu em frente. As árvores floriram, os ipês entraram em cena e as tipuanas e sibipirunas também.

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Por isso, agora é a vez dos flamboyants. E, neste ano atípico, ainda não está claro se eles estão florindo mais intensamente para compensar as árvores de natal atrás das portas trancadas ou simplesmente porque decidiram enfrentar os ipês e mostrar que são tão bonitos como eles.

O que os flamboyants não sabem é que tanto faz por que eles estão mais floridos. O que importa é que eles estão mais floridos e, no meio da loucura de 2020, são as árvores de natal deste natal tão estranho.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.