O vírus dá as cartas
A pandemia continua correndo solta. Tem quem fale que estamos no pico da segunda onda, mas, se estamos, pelo jeito esqueceram de contar para ela.
O coronavírus faz o que quer e agora, com a cepa brasileira, nascida no Amazonas, como que uma vingadora dos desatinos humanos que colocam a região nos noticiários que falam mal do Brasil, tem tudo para acelerar, enquanto a vacinação segue em toada de cágado.
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Diz o ditado que quem pode mais chora menos. O vírus não está chorando, mas mais de duzentas e cinquenta mil famílias choram seus mortos. A covid está ganhando e de goleada.
É apavorante saber que não temos vacinas, que o Ministério da Saúde mente, que não há um plano nacional para combater a pandemia e que o Presidente da República parece que torce para o vírus.
Coisas deste país, que tinha tudo para ser uma filial do paraíso, mas é o décimo segundo círculo do inferno, o círculo macabro que nem Dante conseguiu cantar.
Não sei o que fizemos, mas deve ter sido muito grave. Afinal, ninguém merece passar o que estamos passando nos últimos 20 anos, a não ser que o pecado seja mortal e indesculpável.
Tem quem diga que é coisa de várias gerações passadas, mas que, na linha de ação da Bíblia, continuamos sendo punidos pelos erros e desmandos cometidos.
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Não gosto da versão, mas como tudo pode ser, é melhor torcer para a vacina chegar, ter seringa para aplicá-la e que, em algum momento o brasileiro saia dessa.
Do jeito que está, vai ficar muito, mas muito feio. Pense nisso antes de cair na gandaia. Se sua mãe adoecer, periga não ter UTI.
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