Quatro mil mortos por dia
Chegamos na marca dramática. São quatro mil brasileiros mortos por dia pela covid19. Já passamos o número, voltamos e avançamos, mas, de acordo com especialistas, este é o saldo que de verdade devemos estar vivendo. E que nos faz campeões do mundo em número de mortes diárias decorrentes da pandemia.
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Provavelmente já atingimos o pico. Os especialistas previam que chegaríamos lá agora. Não há razão para não ser verdade. Não deixa de ser uma boa notícia. As mortes devem parar de subir, a rede hospitalar deve ficar menos pressionada, mas o quadro não deve mudar muito. Com certeza seguiremos num patamar elevado por um bom tempo e isso quer dizer manter a toada de um alto número de mortes por dia.
O dado ruim é outro. E é mais grave. Entre vacinar e imunizar vai uma distância enorme. Tanto faz vacinar dez por cento da população se a segunda dose está num patamar próximo de três por cento.
Três por cento não é nada. O discurso oficial de que somos um dos cinco países que mais vacinam não quer dizer muita coisa. Inclusive porque, em relação à nossa população, o número de vacinados continua muito baixo. E o de imunizados mais baixo ainda.
Não porque não tenhamos capacidade para vacinar, isso o Brasil tem de sobra – já mostrou que, tendo vacina, vacinamos mais de um milhão por dia sem problemas.
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É aí que a porca torce o rabo. Não temos vacina e várias campanhas são interrompidas porque as vacinas acabam.
O quadro internacional é complexo e ninguém tem certeza de que receberemos vacinas ou insumos para produzi-las porque a pandemia está voltando com força e quem nos fornece as vacinas e os insumos está no meio do furacão. Então, vamos tomar cuidado. Essa doença mata!
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