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Quatro mil mortos por dia

 

Chegamos na marca dramática. São quatro mil brasileiros mortos por dia pela covid19. Já passamos o número, voltamos e avançamos, mas, de acordo com especialistas, este é o saldo que de verdade devemos estar vivendo. E que nos faz campeões do mundo em número de mortes diárias decorrentes da pandemia.

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Provavelmente já atingimos o pico. Os especialistas previam que chegaríamos lá agora. Não há razão para não ser verdade. Não deixa de ser uma boa notícia. As mortes devem parar de subir, a rede hospitalar deve ficar menos pressionada, mas o quadro não deve mudar muito. Com certeza seguiremos num patamar elevado por um bom tempo e isso quer dizer manter a toada de um alto número de mortes por dia.

O dado ruim é outro. E é mais grave. Entre vacinar e imunizar vai uma distância enorme. Tanto faz vacinar dez por cento da população se a segunda dose está num patamar próximo de três por cento.

Três por cento não é nada. O discurso oficial de que somos um dos cinco países que mais vacinam não quer dizer muita coisa. Inclusive porque, em relação à nossa população, o número de vacinados continua muito baixo. E o de imunizados mais baixo ainda.

Não porque não tenhamos capacidade para vacinar, isso o Brasil tem de sobra – já mostrou que, tendo vacina, vacinamos mais de um milhão por dia sem problemas.

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É aí que a porca torce o rabo. Não temos vacina e várias campanhas são interrompidas porque as vacinas acabam.

O quadro internacional é complexo e ninguém tem certeza de que receberemos vacinas ou insumos para produzi-las porque a pandemia está voltando com força e quem nos fornece as vacinas e os insumos está no meio do furacão. Então, vamos tomar cuidado. Essa doença mata!

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.